18 janeiro 2007

Perguntas da vida - Parte II


PARA COMEÇAR A MORTE (o que reti após a leitura)


É extraordinário como quando nos apercebemos que não somos imortais e temos consciência que a morte é a única coisa certa nesta vida, amadurecemos pessoalmente.

"Platão diz que filosofar é - preparar-se para morrer" (in Fédon - Sócrates)

Mas afinal o que sabemos sobre a morte?

Muito pouco, sabemos que é pessoal e intransmissível e que é o facto de ser assim que nos torna realmente humanos, mortais. Um ser mortal é quem tem consciência de que vai morrer, ou seja, não é mortal quem morre, mas sim quem está certo que vai morrer. Logo, este raciocínio exclui plantas e animais, pois, apesar de morrerem, não têm consciência da morte. Daí as palavras "humano" e "mortal" se dizerem com a mesma palavra na antiga Grécia.

Contudo, já dizia Espinosa, "Um homem livre pensa menos na morte do que em qualquer outra coisa e a sua sabedoria não é uma meditação da morte, mas sim da vida" (in Ética - Espinosa), logo, se estamos a reflectir sobre a morte somos logo obrigados a reflectir o facto de estarmos vivos.

Mors aeterna (Morte eterna), será que a morte é mesmo eterna, ou só o facto de termos nascido está a retirar tempo já à morte?

Será que devemos temer a morte? Epicuro dizia que "não há nada a temer na morte, pois, enquanto existimos nós, a morte não existe e quando a morte chegar, deixamos nós de existir.


Pensamentos para reflexão:


A morte é a coisa mais segura e firme que a vida inventou até agora. (Emil Cioran)


O homem fraco teme a morte, o desgraçado chama-a; o valente procura-a. Só o sensato a espera. (Benjamin Franklin)


O coração humano recusa-se a acreditar num universo sem uma finalidade. (Kant)


Começamos a morrer no momento em que nascemos, e o fim é o desfecho do início. (Marcus Manilius)


Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. (Fernando Pessoa)


A morte talvez não tenha mais segredos a nos revelar que a vida. (Gustave Flaubert)


O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte. (Friedrich Nietzsche)



5 comentários:

wolfhunter disse...

Olá Arwen Undómiel,

Obrigado pela tua mágica visita ao meu espaço...,

Gostei muito de te conhecer, voltarei para te ler e reler...,

Sobre o teu último post...,

Eu acredito que nascemos e morremos, todos os dias..., e cada vez que nascemos, somos um ser diferente, com pensamentos diferentes, com capacidades diferentes, com sentimentos diferentes...,

somos na realidade outro ser...,a maior parte das vezes um ser melhor, algumas vezes um ser pior...,

até ao dia em que nascemos e não voltamos a morrer..., e esse é o dia da nossa Morte física...

Bj

W.

PS: Ainda hoje, a Obra de Tolkien O Senhor dos Anéis, me acompanha em viagens...,

Embryotic SouL disse...

"Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos".(Autor desconhecido)

Pessoalmente, gosto de imaginar que existe algo, para além da morte. Mas, à medida que vou amadurecendo, esta teoria tem vindo, cada vez mais a desvanescer na minha mente. Talvez, Kant tivesse razão...não sei.

Um Beijo Sentido

Vegana da Serra disse...

Não tenho medo da morte, mas tenho consciência de que pode chegar a qualquer altura. Espero morrer em paz, com a consciência tranquila... de qualquer forma, não acredito que a morte seja o fim.

Isa disse...

Olá,
não penso na morte... Outro dia lí a seguinte frase: "Eu fiz acordo de coexistência com o tempo, ele não me procura e eu também não o alcanço, um dia nos encontraremos."
Acho que vou fazer esse acordo tb!!!
Beijão
Karol

arwen disse...

Isa,
Por acaso tambem conheço a frase, quem escreveu foi Mário Lago.

Minerva,
A meu ver a morte nao nos persegue, temos caminhos diferentes, contudo, um dia vai nos surgir um cruzamento em que nos vamos encontrar com ela.

Wolfhunter,
Não sei se todos os dias nascemos e morremos, mas com certeza todos os dias ocorrem mutações no nosso modo de viver e de ver a vida, graças à experiencia.

Nene,
Tambem é verdade, uma das situações que não nos deixa lidar bem com a morte é o facto desta nos levar os nossos entes queridos e nos sofrermos por isso.
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